Tenho a certeza de que quem tem acesso ao meu blog (a ausência de números permite-me sonhar) me conhece melhor que as pessoas com as quais eu convivo diariamente. Acontece frequentemente que não consigo expressar com precisão o que sinto. Vai servindo o blog de diário de aspectos mais profundos de mim. Pensamentos que por vezes não consigo (quero) mostrar a quem me ''conhece''. Não que seja dissimulada, não sou e as vezes dava jeito mas não consigo ser. Aliás a minha sinceridade já foi por diversas vezes criticada. Tenho para mim que por vezes a honestidade é a melhor prova de amizade que se pode dar. Já me aconselharam a fazer um esforço para dizer/gostar de coisas que não gosto para agradar. Ora eu já vi que um esforço se pode transformar numa vida de esforços por pessoas que afinal não valiam sequer o primeiro...
Sou teimosa (isto de ser touro tem a sua influência), decidida (na maior parte dos casos), tímida (menos dois dias por mês em que faço parvoíces, como escrever posts destes que tresandam a confissões de adolescente sendo que com 25 anos a única parte adolescente está reservada para os amores), inocente (quando uma pessoa desconfia que lhe podemos fazer mal é só porque ela já fez ou viu fazer a alguém, coisas que eu nunca me lembraria e por isso estou sempre a apanhar por tabela), trabalhadora esforçada (na base do ''se queres bem feito faz tu mesma''), o que me torna muito individualista, ando sempre de relógio (de tal modo que já me deram um relógio de papel só para esquecer o esquecimento), generosa (normalmente em bens devido a incapacidades afectivas), não fumo (o fumo do tabaco incomoda-me á séria), não bebo bebidas alcoólicas(só bebo sagres branca por exercitação do palato), não bebo café (o último que bebi deu-me para ter 18 em Biologia 12º), basicamente sou uma seca para a maioria dos rapazes que se cruzam comigo (e por norma um amor de menina aos olhos das mães deles (ou era)).
Na amizade sou como o inem dos necessitados. Actuo em caso de emergência e só sirvo para primeiros socorros. Nestas situações sou rápida e não vacilo tendo conselhos úteis até para serem usados por mim. Mas em caso de ausência de auto-repair já não sirvo. Não tenho jeito para cuidados paliativos, ficando sempre sem saber o que dizer ou fazer ou o que quer que seja que se faça. Basicamente as minhas capacidade de people person nunca foram devidamente exercitadas deixando-me sem o background necessário para actuar nestas situações.
Acredito em Deus e apesar de não ir a missa (a não ser 1 vez por ano desde a quase 5 anos), acredito que muito do que me acontece e/ou não acontece é por vontade Dele. Tenho constatado que só tenho dificuldades a medida da minha capacidade de as ultrapassar e apesar de não perceber porque me levou um amor não correspondido tão cedo acredito que não seria eu de outra forma. Acho que muito a conta deste sofrimento e todo o crescimento interior a ele associado eu encontrei na Pips uma Amiga como não tinha encontrado até então, com todos os prós (para mim) e contras (para ela) inerentes a situação que nos juntou. Por ela me conhecer melhor que ninguém (e apesar dela saber quem sou e que aqui escrevo o que nem a ela as vezes consigo dizer, no imediato) posso deixar aqui por escrito, e em tom de conclusão, o agradecimento por me ter mostrado este universo do qual ela já fazia parte e eu pude explorar de modo a conhece-la melhor.