terça-feira, 29 de junho de 2010

Vidinha

Uma pessoa chega ao final do 12º e tem de fazer escolhas para a vida. (18 anos não é idade para fazer este tipo de escolhas, pelo menos não para mim) No meu caso foi só abrir o guia de cursos e faculdades e imaginar-me a trabalhar naquela área. Entre Análises Clinicas e Saúde Pública (eu e os microscópios), Farmácia (não Ciências Farmacêuticas), Educadora de Infância (eu e os putos), Dietética ou Engenharia Química a ordenação foi basicamente a média e afastar o mais possivel a ida para Lisboa (só a Eng. era em Lx). Ironia das ironias acabei por ir para farmácia (que por ser um curso muito prático tinha laboratório a dar c'um pau) e agora trabalho no pediátrico (putos).
Acredito que estou a fazer ''bem'' mas infelizmente para fazer o ''bem'' de alguns vejo muitos mal. É que na ortopedia temos braços, pernas ou cabeças partidas mas também temos os osteosarcomas e outros de nomes piores. Na cirurgia tanto temos apendicites e fendas do palato como temos neuroblastomas. Na medicina basicamente é tudo mau temos desde os insuficientes renais que fazem litros de diálise, aos transplantados com carradas de imunosupressores, às leucemias...
Saem muitos bem (felizmente) e a maior felicidade é não os ver mais de tão bem que estão mas quando não corre bem, não corre bem para muita gente. Porque se conhecem os médicos e os enfermeiros, os pais e muitas vezes até a criança e ficamos todos mal.
Outra ironia das ironias é que morando ao pé de um cemitério nunca fui a um funeral em contra partida já fui a dois velórios nos últimos dois meses.
É por isso que mesmo sozinha queria ter a minha casa, e vou indo a sítios, vou lendo e vou fazendo realizações de sonhos, porque a vida é curta demais para ficar em pausa e nunca se sabe quando vai aparecer a próxima ironia...

beijo
busycat

1 comentário:

Cidália Oliveira disse...

"a vida é curta demais" verdade, verdadinha :) e muitas vezes acaba quando não deve.
biju*